Marco Túlio Gianvecchio, diretor da Guarda Municipal de Uberaba, está entre os denunciados.
Depois do escândalo das ambulâncias é a vez de a Guarda
Municipal de Uberaba entrar na pauta de investigações do Ministério
Público Estadual. Promotor de Justiça José Carlos Fernandes Júnior
instaurou Procedimento Preparatório, termo que na prática se assemelha a
abertura de Inquérito Civil, para investigar o pagamento de horas
extras indevidas a agentes da autarquia. Entre os envolvidos estaria o
diretor Marco Túlio Gianvecchio. Primeira audiência para ouvir as
testemunhas apresentadas já está marcada para o próximo dia 17 na sede
do Ministério Público.
Consta no termo de declarações que o agente da Guarda
Municipal, Gutemberg Gomes Silva, procurou o Ministério Público no dia
14 de março para denunciar “que, na Guarda Municipal de Uberaba, alguns
agentes estão recebendo horas extras, sem na verdade realizá-las. Tais
agentes exercem a função de ‘fiscalizadores’, que têm como atividade
fiscalizar os demais guardas municipais e que há muito tempo esses
agentes vêm recebendo horas extras, no montante de aproximadamente 120
horas mensais, sem na verdade executar essa totalidade”, revela. Ainda
segundo a denúncia, os agentes estariam trabalhando apenas 60 horas
extras, mas recebendo o valor equivalente a 120 horas trabalhadas por
mês.
O promotor já está de posse de gravações de reunião entre o
diretor Gianvecchio, Gutemberg e outros três agentes, em que o diretor
confirma o pagamento das horas extras a determinados agentes. Para
Gutemberg, as horas extras a mais estão sendo pagas embora a função
ainda não esteja regulamentada na Settrans, o que configuraria dupla
irregularidade.
Gutemberg Gomes afirma que depois da denúncia feita ao MP
passou a sofrer ameaças morais. “Comecei a ser perseguido e tiraram meu
equipamento de segurança, meu colete à prova de balas e meu armamento
(arma Taser) e não querem me entregar mais.
Inventaram uma escala que
não existia e me colocaram para fazer a segurança no Procon”, esclarece o
agente. Gutemberg destaca que por conta disso se sente desprotegido
para continuar exercendo sua função. “O equipamento é obrigatório. Estou
correndo risco de acontecer alguma coisa e como posso dar segurança
para outras pessoas se eu mesmo estou desprotegido?!”, frisa. Por conta
disso, o agente revela que vai entrar com ação de assédio moral e abuso
de poder contra a Guarda Municipal e o diretor da corporação.
Settrans. A reportagem entrou
em contado com o diretor da Guarda Municipal de Uberaba, Marco Túlio
Gianvecchio, que diz já ter conhecimento da denúncia, mas que ainda não
foi convocado para ser ouvido. “Realmente sabemos que há um processo
correndo no Ministério Público e o promotor, a princípio, irá juntar uma
documentação. Mas eu, como diretor, no uso de minhas atribuições, estou
à disposição do promotor para resolver da melhor forma possível”,
afirma.
Ele destaca que o jurídico da Secretaria Municipal de
Trânsito, Transportes Especiais e Proteção de Bens e Serviços Públicos
(Settrans) estaria formulando a criação de uma gratificação para a
função de inspetor. O secretário da Settrans, Ricardo Sarmento,
esclarece que foi notificado pelo Ministério Público e já está
providenciando a documentação solicitada. Quanto à criação de um novo
cargo e da gratificação, ele afirma que as questões ainda não estão
resolvidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário