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quarta-feira, 25 de julho de 2012

EMBATE POLITICO: PREFEITO QUER ATIVIDADE DELEGADA EM BAURU. VEREADORES SÃO CONTRA E PREFEREM A CRIAÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL


  

O projeto de lei do prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) que institui a Atividade Delegada em Bauru – contratação de PMs de folga para trabalhar na segurança dos espaços públicos – está há oito meses na Comissão de Constituição de Justiça da Câmara. E não deve sair de lá tão cedo.

A matéria é polêmica e foi alvo de nova análise pelos cinco vereadores da comissão ontem pela manhã. No entanto, ela não teve nenhum parecer, seja de legalidade ou ilegalidade, devido a mais um pedido de prazo de Moisés Rossi (PPS), que é o relator do projeto.

O vereador afirma que não consegue obter as informações necessárias do comando da PM de Bauru, principalmente a confirmação de que será o Governo Estadual quem arcará com custos de incidentes durante o trabalho dos policiais pelo município. “Eles encaminham respostas, mas fogem de responder de forma objetiva essa questão”, alega o vereador. Moisés afirma que, enquanto esse ponto não for respondido, não poderá dar o seu parecer de legalidade.
Entretanto, o tenente Vitor Melo, que atua como relações públicas do 4º Batalhão da PM de Bauru, mostrou surpresa ao ser informado da situação pelo BOM DIA. “Não tínhamos conhecimento dessa situação de impasse”, afirma o policial. Ele garante que o comando já prestou informações por meio de audiência pública e que encaminhou ofício com respostas à Câmara, e reafirmou estar disposto a oferecer qualquer informação solicitada pelos vereadores.
De acordo com a Prefeitura de Bauru, em ofício enviado à Câmara,  a responsabilidade por incidentes durante a atividade delegada é do Governo Estadual. O tenente Eduardo Mosla Xavier, porta voz da PM em São Paulo, confirmou a informação, isentando o município de qualquer gasto adicional.
“Cabe ao poder municipal efetuar o pagamento da gratificação estipulada no convênio ao policial militar que aderir à atividade delegada, nada mais”, afirma. Entretanto, Moisés reclama que essa informação não chega por escrito à Câmara. “Se não há problema em assumir essa posição oficialmente, por que não encaminham logo?”
Vale lembrar que boa parte dos vereadores  é contra a Atividade Delegada, pois preferem a implantação da Guarda Municipal. 
No entanto, o prefeito Rodrigo Agostinho afirma que não vai criar tal estrutura. Ele falou, inclusive, durante a sabatina eleitoral do BOM DIA, que não pretende instituir a guarda um eventual segundo mandato.
o que é/ O projeto de lei da Atividade Delegada é defendida pela SSP (Secretaria de Segurança Pública) e pelo comando da PM  como forma de melhorar a remuneração dos policiais e aumentar a segurança das cidades.
Pelo convênio, policiais em férias ou licença a prêmio seriam “contratados” pelo município para atuar em atividades como segurança de eventos, fiscalização de perturbação de sossego, festas municipais e até seguranças de jogos do futebol amador.
O projeto é criticado por alguns vereadores por ser uma oficialização do “bico” do policial, que tem que trabalhar durante a folga para compensar o baixo salário recebido. Membros do Legislativo também afirmam que segurança é dever do Governo Estadual e não do município. Além disso, sindicatos temem que famílias de PMs mortos durante a atividade delegada possam ficar pensão.

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