O guarda-civil sem farda flagrado na sexta-feira em um vídeo
agredindo skatistas na Praça Roosevelt, no centro de São Paulo, já
respondia a um processo na Corregedoria-Geral da Guarda Civil
Metropolitana. Identificado como Luciano Medeiros, ele já era
investigado por agressão. Assim como no caso da filmagem dos skatistas
(compartilhado na internet e com quase 2 milhões de visualizações até
ontem), o caso anterior também foi divulgado na rede.
Em outubro, Medeiros, mais uma vez sem farda, foi flagrado agredindo
um vendedor ambulante no centro da capital. Em uma gravação divulgada na
época pelo SBT e que voltou a circular nos últimos dias, ele tenta
imobilizar um homem sem camisa que grita de dor. Com o camelô já parado,
ele o segura no chão, empurrando sua cabeça contra o asfalto.
Pessoas que passavam na rua eram proibidas de interferir por outros
guardas, que faziam uma espécie de barreira humana. Levado à delegacia, o
ambulante disse que teve os dois braços quebrados, o que é negado pela
reportagem.
Segundo a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, Medeiros faz
parte do Grupo de Ações Estratégicas e de Inteligência (Gaei). Desde 3
de janeiro, com a posse da nova gestão, os integrantes da GCM não podem
mais cumprir suas atividades à paisana.
Em nota, a secretaria diz que Medeiros descumpriu mais essa
determinação da corporação. Por todos esses motivos, ele poderá sofrer
suspensão preventiva de até 120 dias, com desconto de um terço do
salário ou até exoneração do cargo.
Processo. Em coletiva de imprensa ontem - após a visita do
subprefeito da Sé, Marcos Barreto, à Roosevelt para se inteirar da
situação da praça -, a comandante operacional do centro, Lindamir
Magalhães, afirmou que os abusos e excessos dos guardas estão sendo
apurados.
Questionada se Medeiros estaria na base da GCM naquele momento, a
comandante confirmou. "Quando a secretaria veicula que ele está
afastado, significa que ele continua atrelado à unidade, mas fica em
serviços internos", disse. "Para todo processo existe um tempo legal. O
processo foi aberto. Ele tem direito a ampla defesa e as imagens
divulgadas também serão utilizadas."
A repercussão do vídeo em que Medeiros agride física e verbalmente
skatistas foi além do número de visualizações. O guarda foi identificado
na internet e seu perfil no Facebook virou alvo de hackers. Seu nome,
CPF e telefone foram divulgados e o link para seu perfil foi espalhado
para que usuários pudessem deixar mensagens. Diante desse achaque
virtual, o guarda cancelou sua conta na rede social.
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