Abordagens Serão Feitas Com a Presença de Assistente Social
Depois de passar a gestão Gilberto Kassab (PSD) focada no combate à
pirataria e em uma tensa relação com moradores de rua, a GCM (Guarda
Civil Metropolitana) de São Paulo vai mudar de perfil. O novo secretário
da Segurança Urbana da gestão Fernando Haddad (PT), Roberto Porto,
disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que todas as
abordagens a moradores de rua deverão ser feitas com a presença
obrigatória de um assistente social.
A mudança de postura é consequência de uma avaliação feita pela gestão
petista de que o histórico da atuação dos guardas é truculento. Entre as
principais polêmicas relacionadas ao órgão durante a gestão Kassab está
a retirada dos moradores de rua que ficavam no Largo de São Francisco,
em setembro do ano passado. No mesmo mês, guardas-civis entraram em
confronto com moradores da Favela do Moinho, no centro, que havia pegado
fogo dias antes. Um morador chegou a ser baleado e outras seis pessoas
ficaram feridas. Roberto Porto explica o novo sistema.
— A minha ideia é de que as abordagens sempre sejam acompanhadas de um
assistente social. Pretendo criar um protocolo de abordagem para
diminuir drasticamente esse histórico de violência.
Além disso, o titular da pasta diz acreditar que a Guarda estava muito
focada no combate ao trabalho de camelôs irregulares e a ações
antipirataria durante a última gestão, algo que deverá ser modificado
neste ano.
— O antigo secretário (Edsom Ortega) voltou a Guarda para operações de
pirataria. Nós temos outro perfil. A Guarda, no meu entender, está um
pouco distante da população e deve ocupar um lugar mais próximo.
Ele também diz que devem ser feitas mudanças na Operação Delegada, bico
oficial da Polícia Militar usado atualmente para combater o comércio
irregular.
Outra mudança que Porto quer efetivar é levar de volta os guardas
municipais aos parques. Gradualmente, a última administração foi
investindo mais em vigilantes desarmados, sob alegação de que esse tipo
de mão de obra é mais barata. Hoje, os vigias são responsáveis pela
segurança da maioria dos parques. O único espaço de lazer que tem uma
base fixa da GCM é o parque do Ibirapuera. Mas, mesmo lá, segundo o
secretário, é necessária uma mudança.
Porto promete também um aumento no número de guardas. A prefeitura deve
fazer ainda neste ano um concurso público para a contratação de 2 mil
guardas-civis. O ideal, segundo ele, seria dobrar os 6,3 mil membros da
corporação. A curto prazo, porém, isso não é possível.
— Nos últimos seis anos, a corporação perdeu mais de 1,5 mil agentes.
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