Gravações
autorizadas pela Justiça mostram como uma quadrilha tramava e executava
policiais em São Paulo. Uma das gravações envolve Leandro Rafael Pereira
da Silva, conhecido como “Léo Gordo”, como mostrou o Jornal da Globo desta
sexta-feira (30). A polícia diz que ele saiu da cadeia no dia 12 de
julho deste ano com a missão de matar dez policiais militares.
As
investigações mostram que uma das vítimas foi o soldado Flávio Adriano
do Carmo, assassinado com dois tiros em frente a uma padaria na Zona Sul
da capital, no dia 13 do outubro.
Preso há 15 dias, Léo Gordo confessou o crime.
Polícia: “Vocês fizeram dois?”
Léo Gordo: “Foi um”.
Polícia: “Qual esse um que você fez?”
Léo Gordo: “Só foi o da região do Campo Limpo”.
Polícia: “Qual deles?”
Léo Gordo: “Da padaria lá do São Luís”.
Escutas
telefônicas revelam como o crime foi planejado. Numa gravação, Léo Gordo
telefona para um comparsa. De acordo com a polícia, ele diz que foi até
a padaria onde estava a vítima, mas que tem dúvidas se o homem que está
lá dentro é mesmo o policial militar marcado para morrer.
Léo Gordo: “E aí, criança… O bico tá aqui, mas nós não sabe se é ele… Tem que ver um cara conhecido porque ele parece…”
Comparsa: “Eu vou ligar pro ‘Japa’ pra ver”.
Meia hora depois, outro comparsa liga para dizer que o grupo saiu do local porque há policiamento na região.
Comparsa: “Nóis
tava tudo lá agora. Voltamo sabe por que? Tá tendo um comando… os cara
tá enquadrando quem desce e quem sobe lá, tio…”
Em outra conversa, mais uma vez eles pedem ajuda para identificar a vítima.
Comparsa: “Fala pra encostar e mostrar pra nóis. Tá suave. Nóis tá na bala. Nóis tá tudo por perto… “
Neste trecho, um comparsa fala de um carro usado pelos bandidos.
Comparsa: “Tô aqui no morro (…), mas o carro só tá adulterado a placa. Não tá trocada não”.
Perto das 18h, Léo Gordo liga dizendo que todos estão preparados para atacar.
Léo Gordo: “Tá todo mundo aqui… Chegou dois carros… Um tá com a placa trocada e o outro…”
A polícia diz
que Léo Gordo liga para perguntar se outro comparsa está chegando porque
ele precisa pegar as armas para concluir o ataque ao policial.
Léo Gordo: “Nóis
vai pegar a grandona (metralhadora) e uma pista (pistola)… e aí vai
pegar as outras (armas) que tiver lá e descer e concluir”.
Segundo a polícia, um dos comparsas desistiu de participar. Léo Gordo liga para avisar que vai atacar mesmo assim.
Comparsa: “Ele foi com quem?”
Léo Gordo: “Não sei com quem ele foi. Veio de moto, sei lá. Deu um perdido em nóis, tio. Mas nóis vai na bala, irmão”.
Comparsa: “É isso”.
Depois do crime, Léo Gordo liga para um homem não identificado e confirma que o policial militar foi assassinado.
Léo Gordo: “Já era… tudo tranquilo. Falou”.
Comparsa: “Até mais, então”.
Nem todos os homens que aparecem nas conversas telefônicas estão presos.
A polícia identificou alguns e continua a investigar as mortes para prender outros criminosos que participaram de execuções a policiais em São Paulo.
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