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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Gravações Mostram como Quadrilha Planejava a Morte de Policiais


Gravações autorizadas pela Justiça mostram como uma quadrilha tramava e executava policiais em São Paulo. Uma das gravações envolve Leandro Rafael Pereira da Silva, conhecido como “Léo Gordo”, como mostrou o Jornal da Globo desta sexta-feira (30). A polícia diz que ele saiu da cadeia no dia 12 de julho deste ano com a missão de matar dez policiais militares.

As investigações mostram que uma das vítimas foi o soldado Flávio Adriano do Carmo, assassinado com dois tiros em frente a uma padaria na Zona Sul da capital, no dia 13 do outubro.

Preso há 15 dias, Léo Gordo confessou o crime.

Polícia: “Vocês fizeram dois?”

Léo Gordo: “Foi um”.

Polícia: “Qual esse um que você fez?”

Léo Gordo: “Só foi o da região do Campo Limpo”.

Polícia: “Qual deles?”

Léo Gordo: “Da padaria lá do São Luís”.

Escutas telefônicas revelam como o crime foi planejado. Numa gravação, Léo Gordo telefona para um comparsa. De acordo com a polícia, ele diz que foi até a padaria onde estava a vítima, mas que tem dúvidas se o homem que está lá dentro é mesmo o policial militar marcado para morrer.

Léo Gordo: “E aí, criança… O bico tá aqui, mas nós não sabe se é ele… Tem que ver um cara conhecido porque ele parece…”

Comparsa: “Eu vou ligar pro ‘Japa’ pra ver”.

Meia hora depois, outro comparsa liga para dizer que o grupo saiu do local porque há policiamento na região.

Comparsa: “Nóis tava tudo lá agora. Voltamo sabe por que? Tá tendo um comando… os cara tá enquadrando quem desce e quem sobe lá, tio…”

Em outra conversa, mais uma vez eles pedem ajuda para identificar a vítima.

Comparsa: “Fala pra encostar e mostrar pra nóis. Tá suave. Nóis tá na bala. Nóis tá tudo por perto… “

Neste trecho, um comparsa fala de um carro usado pelos bandidos.

Comparsa: “Tô aqui no morro (…), mas o carro só tá adulterado a placa. Não tá trocada não”.

Perto das 18h, Léo Gordo liga dizendo que todos estão preparados para atacar.

Léo Gordo: “Tá todo mundo aqui… Chegou dois carros… Um tá com a placa trocada e o outro…”

A polícia diz que Léo Gordo liga para perguntar se outro comparsa está chegando porque ele precisa pegar as armas para concluir o ataque ao policial.

Léo Gordo: “Nóis vai pegar a grandona (metralhadora) e uma pista (pistola)… e aí vai pegar as outras (armas) que tiver lá e descer e concluir”.

Segundo a polícia, um dos comparsas desistiu de participar. Léo Gordo liga para avisar que vai atacar mesmo assim.

Comparsa: “Ele foi com quem?”

Léo Gordo: “Não sei com quem ele foi. Veio de moto, sei lá. Deu um perdido em nóis, tio. Mas nóis vai na bala, irmão”.

Comparsa: “É isso”.

Depois do crime, Léo Gordo liga para um homem não identificado e confirma que o policial militar foi assassinado.

Léo Gordo: “Já era… tudo tranquilo. Falou”.

Comparsa: “Até mais, então”.

Nem todos os homens que aparecem nas conversas telefônicas estão presos.

A polícia identificou alguns e continua a investigar as mortes para prender outros criminosos que participaram de execuções a policiais em São Paulo.

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