Dos 186 guardas municipais, 150 serão realocados para o serviço de vigilância
Os guardas municipais de Londrina deixaram o trabalho nas ruas para se
dedicarem a vigilância dos espaços públicos e a guarda de bens e
patrimônios municipais. Antes, esse trabalho era realizado pela empresa
Force Vigilância. Com o fim do contrato com a empresa terceirizada, os
agentes assumiram os postos. Dos 186 guardas municipais, 150 serão
realocados na nova função. Os demais se dedicarão ao trabalho de
fiscalização por meio do sistema de monitoramento. O grupamento de
trânsito, que contava com 20 homens e ajudava na fiscalização em
parceria com a CMTU, também foi desmembrado.
A decisão, anunciada ontem, teve como base uma ilegalidade apontada pela
Procuradoria do Município na contratação de empresas terceirizadas para
a execução de serviços de vigilância.
Segundo o prefeito, a vigilância do patrimônio público não vai ser a única atribuição da Guarda Municipal.
Descontentamento
A decisão não repercutiu bem entre os agentes. Fernando Neves,
presidente da Associação da Guarda Municipal, disse que os guardas foram
rebaixados. “A Guarda Municipal pode ser, e deve ser, a polícia da
cidade. Isso vem ao encontro de um movimento nacional, que entende a
Guarda Municipal como força policial. O que não pode é uma força
superior rebaixar uma força policial como a nossa para a realização de
simples vigilância”, lamentou.
O secretário interino de Defesa Social, Major Raul Vidal, discorda da
posição de Neves. “A Constituição Federal delimita muito bem os poderes
de cada uma das polícias. A função da Guarda Municipal é de guarda e
vigilância do patrimônio público.
Fernando Neves disse ainda que uma comissão será formada para tentar
reverter a decisão junto à administração municipal. “Vamos reunir
membros da associação e do sindicato dos servidores para mostrar os prós
e principalmente os contras dessa realocação dos agentes. Por dois anos
estamos fazendo esse trabalho, enfrentando inclusive traficantes. Aí o
agente é transferido para um posto fixo, sem arma e sem rádio. Ele vira
um alvo fácil para qualquer marginal”.
Ao todo, a Guarda Municipal de Londrina conta com 186 agentes. O número é
insuficiente para atender as mais de 190 vagas deixadas pela empresa
terceirizada. Para que o serviço possa ser executado, o processo
seletivo de novos agentes precisa ser concluído. Segundo o secretário
interino de Defesa Social, Raul Vidal, ainda não há um prazo para o
processo continue. “Houve o cancelamento de uma das etapas por causa de
mau tempo. Existem todos os prazos recursais, que precisam ser
respeitados, mas estamos trabalhando para que essas etapas sejam
agilizadas”, confirmou. O secretário municipal de Gestão Pública,
Rogério Carlos Dias, é otimista e aponta um prazo de sete meses para que
o processo seletivo seja concluído.
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