Sindicato decidiu durante a tarde fazer paralisação total da frota na cidade.
Alguns motoristas, entretanto, optaram por trabalhar normalmente.
A Guarda Municipal e a Polícia Militar de Piracicaba
(SP) começaram a fazer, a partir das 14h desta terça-feira (5), a
escolta dos motoristas de ônibus que estão trabalhando, apesar da greve
iniciada nesta madrugada. Durante a tarde, o sindicato decidiu pela
paralisação total dos trabalhadores, mas alguns motoristas de três das
cinco empresas circularam normalmente.
Segundo o secretário municipal de Trânsito e Transportes (Semuttran),
Paulo Prates, a intenção da escolta é garantir a segurança dos
funcionários em meio à paralisação da categoria. A decisão dos
trabalhadores de que todos os motoristas parassem de trabalhar a partir
desta tarde contraria uma liminar do Tribunal Regional Eleitoral (TRT)
de Campinas, que determinou que 70% da frota de ônibus estivessem nas
ruas de Piracicaba nos horários de pico e que 50% dos veículos fossem
disponibilizados aos passageiros nos demais horários.
“Eles decidiram parar e o sindicato respeitará a decisão deles”, afirmou
o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano de
Piracicaba e Região, João José Soares. A Associação das Empresas de
Transporte Urbano de Piracicaba (Aetup) informou que orientou os
trabalhadores para que seja cumprida a decisão judicial. Segundo a
assessoria de imprensa do órgão, entretanto, não se pode garantir que os
motoristas cumprirão a determinação.
Guarda escolta ônibus durante greve em Piracicaba |
Escolta da GM
Soares também disse que uma das empresas de transporte, a Piracema, requisitou proteção policial para manter os ônibus em operação. Segundo Soares, a companhia possui 250 motoristas e 95 veículos, mas não soube especificar se todos eles estavam funcionando.
Questionado se o movimento corre o risco de ser considerado ilegal por desrespeitar uma decisão judicial, o presidente do sindicato foi evasivo na resposta. “Vamos esperar o juiz decidir se a greve é ilegal ou não”, declarou o sindicalista.
Posição da Prefeitura
Segundo o secretário Paulo Prates, cerca de 130 ônibus funcionaram nesta terça-feira, reunindo funcionários de três das cinco empresas de transporte. Para ele, a situação deve melhorar na quarta-feira (6).
“Não sei dizer quantas linhas foram atendidas e nem outras informações estatísticas, pois dependo de um balanço de todos os ônibus. Isso só poderá ser divulgado amanhã”, afirmou Prates.
Ainda segundo o secretário, a proposta salarial, motivo que deflagrou a paralisação, foi muito boa em comparação a outras cidades. “São Paulo, Campinas e Sorocaba tiveram um aumento de 7% e Jundiaí de 6%. Nós oferecemos um reajuste superior”, pontuou.
Audiência de conciliação
O sindicato informou que haverá uma audiência de conciliação, entre a entidade e a Aetup, na tarde desta quarta-feira (6), em Campinas, para que os órgãos tentem um acordo.
População
O auxiliar de expedição Tiago Serafim de Campos, de 20 anos, trabalha na divisa de Piracicaba com Tietê e mora no bairro Mário Dedini. Normalmente, ele precisa de três ônibus para se deslocar entre os dois locais, porém ele não conseguiu completar o trajeto nesta terça-feira.
“Hoje contei com a boa vontade dos meus colegas, que me deram carona até o terminal, mas depois não sei como voltar pra casa”, desabafou Serafim. “É uma vergonha para a população. Meu patrão mandou eu me virar”, concluiu.
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